No Brasil, em abril de 2021, foi criado o Grupo de Trabalho Nacional para a Década Internacional das Línguas Indígenas, subdividido em três grupos de trabalho específicos: Grupo de Trabalho Línguas Indígenas, Grupo de Trabalho Português Indígena e Grupo de Trabalho Línguas Indígenas de Sinais. É importante destacar que foi por meio da recém-criada Rede de Pesquisadores/as Indígenas de Línguas Ancestrais que as primeiras reuniões foram se delineando para a criação do GT Nacional. Com a estruturação dos Grupos de Trabalho da DILI-Brasil, possibilitou a elaboração do Plano de Ação, o qual é resultado da articulação dos povos indígenas e da construção coletiva e colaborativa entre organizações indígenas, indigenistas, governamentais, instituições científicas e demais militantes indígenas.
O Plano de Ação da DILI-Brasil (2022-2032) reúne propostas e os anseios dos povos indígenas brasileiros e dos diferentes agentes engajados com os direitos linguísticos desses povos, voltados à promoção, valorização, reconhecimento, difusão e vitalização das línguas indígenas brasileiras.
Para saber mais acesse nosso PLANO DE AÇÃO
Coletividade, compromisso, responsabilidade, unidade, solidariedade, respeito e cooperação, considerando as cosmovisões dos povos indígenas:
➢ A língua não está dissociada do território, da espiritualidade, do bem-estar de seus falantes;
➢ A língua é a memória do nosso povo, que guia e nos orienta através de nossos ancestrais;
➢ A língua é identidade coletiva;
➢ A língua guarda conhecimentos milenares, expressando resistência, história e nossa cultura ancestral;
➢ O respeito às línguas indígenas, inclusive o português-indígena, é sagrado para todos os povos indígenas;
Toda vida indígena importa e é, para cada povo sagrada, lembrando que é um direito constitucional.
➔ Propor e implementar iniciativas e ações de valorização e pelo reconhecimento das línguas indígenas em todos os âmbitos da cultura, da educação, da ciência, da tecnologia e sócio-políticos, em todos os níveis, do local ao nacional;
➔ Propor, formular e conduzir programas de fortalecimento e de revitalização de línguas indígenas em perigo;
➔ Reconhecer e promover as políticas linguísticas indígenas;
➔ Estabelecer diálogos com instituições para promoção de políticas linguísticas indígenas;
➔ Propor bases legais para criação, regulamentação e implementação de políticas linguísticas;
➔ Propor e promover ações para ampliação dos espaços institucionais e âmbitos de reconhecimento das línguas indígenas, incluindo ações de formação de intérpretes e tradutores para garantia de direitos linguísticos dos povos indígenas;
➔ Fortalecer as linhas de financiamento de produção e publicação de materiais didáticos, físicos e digitais, de interesse dos povos indígenas.
❖ Instar os distintos poderes do Estado Brasileiro a destinar recursos orçamentários para a implementação das ações relacionadas à Década das Línguas Indígenas, pela União, estados e municípios;
❖ Mobilizar as comunidades indígenas para o engajamento e execução das ações da Década das Línguas Indígenas, através de boletins informativos, páginas na Web, produção de vídeos informativos, podcasts, webinários, rádios indígenas (por exemplo, Rádio Yandê, rádios comunitárias), mídia nacional de maior alcance, grupos em aplicativos de mensagens instantâneas;
❖ Sensibilizar a sociedade envolvente para o reconhecimento da diversidade linguística e cultural dos povos indígenas, através de boletins informativos, mídia nacional de maior alcance, podcasts, vídeos informativos, exposições, cursos e minicursos em instituições de ensino superior e rede de ensino básico (efetivação da lei 11.645/2008), palestras em escolas;
❖ Fomentar e estabelecer agenda conjunta entre as instituições governamentais e não governamentais (nacionais/internacionais) e os povos indígenas, a fim de garantir a promoção e execução das ações propostas pelo GT;
❖ Propor a criação de um Instituto Indígena de Políticas Linguísticas, no âmbito governamental (municipal, estadual e federal), coordenado pelos povos indígenas, cujos objetivos são a proposição, o planejamento e a execução de políticas linguísticas para as línguas indígenas;
❖ Garantir que o Instituto Indígena de Políticas Linguísticas seja coordenado por um(a) representante indígena aprovado(a) pelo GT, pela Rede de Pesquisadores Indígenas de Línguas Ancestrais e pelas organizações indígenas reconhecidas nacionalmente;
❖ Apoiar projetos de lei que garantam a contratação de intérpretes indígenas bilíngues para espaços públicos e privados (nas áreas de saúde, educação, jurídica, entre outras) como política de acolhimento para indígenas que não dominam o português;
❖ Propor cursos de formação de intérpretes indígenas bilíngues em parceria com as instituições governamentais e não governamentais;
❖ Articular, junto às instituições governamentais e não governamentais, o compromisso para o apoio técnico e financeiro para a elaboração de materiais qualificados de natureza didática, paradidática e artística, em diferentes formatos (impresso, digital e outros), para o atendimento das demandas das comunidades indígenas acerca de suas línguas, bem como para a efetivação dos objetivos traçados na lei 11.645/2008, nos níveis nacional, estadual e municipal;
❖ Promover o Seminário Nacional para discussão sobre Políticas Linguísticas Indígenas;
❖ Diagnosticar, mapear e eleger um conjunto de línguas entre as mais vulneráveis nas distintas regiões, para o desenvolvimento de ações coordenadas e interinstitucionais visando ao fortalecimento, à documentação e à salvaguarda dessas línguas;
❖ Empoderar as mulheres indígenas através de sua efetiva participação e poder decisório em todas as instâncias de discussão e atuação;
❖ Fomentar parcerias com instituições governamentais e não governamentais para a promoção das línguas indígenas por meio das novas tecnologias;
❖ Desenvolver estratégias para ampliação dos usos e valorização das línguas em diferentes espaços e âmbitos, com foco nas crianças e nos adolescentes.
Propostas GT Nacional – Dep.Línguas (MPI) (2023)
Carta de Belém (Belém, 2022)
Diretrizes para a criação de Políticas Linguísticas para o fortalecimento das Línguas Indígenas no Brasil (Manaus, 2023)
Tsa chirara Altaci Kokama yumitawara waina (LIP/UnB). Yumitawara umitata PNCSA/UEA. Awapura copressidente do GT Global wepe chunka kumitsa tapuiya (UNESCO); Kuraka yumitawara ikuachiruka yeai yumita kumitsa tapuiya (MPI). – Altaci Kokama é professora da (LIP/UnB); coordenadora Geral de Articulação de Políticas Educacionais do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas-SEART/MPI. Pesquisadora do PNCSA/UEA, copresidente do GT Global para DILI. – Professor and researcher at the Department of Linguistics, Portuguese and Classical Languages (LIP) of the Institute of Letters (IL) of UnB and professor/researcher of the New Social Cartography of the Amazon Project-PNCSA/UEA . Current member of the GTF and Co chair of ad hoc group 2. – Es profesora (LIP/UnB); Coordinadora General de Articulación de Políticas Educativas del Departamento de Lenguas y Memorias Indígenas-SEART/MPI. Investigadora PNCSA/UEA, Copresidente del GT Global para DILI.
Doutoranda em Linguística da Área de concentração: Sociolinguística e Dialetologia/Linha de pesquisa: Política linguística da Pós-graduação em Linguística UFSC; Mestre em Ciências da Linguagem -UNISUL/SC, Graduada em Letras Espanhol/Português pela Universidade Federal de Roraima. Especialista em Gestão Escolar pelo Instituto Federal de Santa Catarina.
Profa. Dra. Adjunta na Universidade Federal do Amapá.
Doutora em Linguística pela Unicamp.
Ukuat`s Kuari ra Utsu – sou Kokama,
de Santo Antônio do Içá-AM, Professora Municipal Aux. De Biblioteca, Bacharel em Direito-UNISC, Pós-graduanda em Educação Básica e Profissional-IFRS, Mestranda UFRJ-PROFILLIND em Línguas Indígenas, Membra do NEAB-IFRS
“sou filha do seu Francisco e Dona Glorinha, com eles aprendi e sigo os ensinamentos de saber ouvir e compartilhar conhecimentos, pois estes são as maiores riquezas que ninguém pode nos tirar, sigo confiante que sempre posso fazer o melhor e tornar a vida mais leve onde eu estiver e com quem estiver”.
Mulher indígena Kariri-Xocó, professora da língua Dzubukuá Kariri Kipeá e da cultura Kariri-Xocó no Espaço Swbatkerá, militante das causas indígenas. Mãe de 5 filhas/os. Sua vida está marcada pelas tradições do seu povo, na Aldeia Kariri-Xocó, onde aprendeu a tecer e construir adornos de palha, penas e sementes.
Pratica a medicina natural tradicional e cresceu vendo as mais velhas fazendo louças e utensílios de barro. Celebra e reza pela vida material e espiritual no ritual sagrado do Ouricuri. Aprendeu e ensina o idioma Dzubukuá-Kariri-Kipeá. E na Aldeia onde vive, acompanha e tenta ajudar a luta dos anciões e anciãs, guardiões das tradições de seu povo, aprendendo sempre com eles e sobretudo investindo na perpetuação da sua cultura junto a seu povo.
Povo Karipuna, atualmente estou como Cacica da aldeia Espírito Santo e presidente da Associação das Mulheres Indígenas em Mutirão, formada pela Universidade Federal do Amapá, no curso de Licenciatura Intercultural indígena na área de linguagens e códigos, também sou linguísta fiz o mestrado no Programa de pós graduação em Letras da UNIFAP.
Língua Espírito Ava Guarani, Opy (casa de reza), Tekoha Añetete no Paraná. Docente de Língua e Cultura Guarani na UNILA, Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável PPGDRS/UNIOESTE. Doutor em Desenvolvimento Rural Sustentável pela UNIOESTE. Mestre em Integração da América Latina PROLAM-USP. Graduação em Rádio/TV e em Licenciatura em Língua-Cultura Guarani. Integra o GT SUL Grupo de Trabalho Sul da Década Internacional das Línguas Indígenas, Brasil. Coordena o projeto de extensão/pesquisa Educomunicação e cultura Guarani.
Indígena do povo Puri,
Historiadora (UERJ – 2019), Mestranda em Linguística e Línguas Indígenas (UFRJ/Museu Nacional),
Coautora de ‘Kwaytikindo’ 1° vocabulário de autoria Puri (Revista Brasileira de Línguas Indígenas 2021), Idealizadora do Projeto Txemim Puri (35ª Prêmio IPHAN/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 2022 – Ações representativas de preservação do Patrimônio Cultural).
“Tenho cinquenta anos, nasci na comunidade indígena Mato Grosso TI Raposa Serra do Sol município de Pacaraima- RR. Atualmente resido na comunidade indígena Santa Rosa TI São Marcos Região Alto São Marcos Município de Pacaraima – RR. Sou da etnia makuxi falante da língua de origem, trabalho na escola há mais de 15 anos tentando reflorestar e fortalecer a nossa identidade cultural na comunidade e na escola. Minha escolaridade é Magistério Indígena támîkan que significa ( sete estrelas)”.
Doutoranda do programa de Pós graduação em Estudos da tradução (PGET)Universidade Federal de Santa Catarina (desde 2019). Mestra em Educação e Infância Indígena Guarani pelo Programa de Pós graduação em Educação, (PPGE), da Universidade Federal de santa Catarina (2013). Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Santa Catarina, (2008), com habilidade em Orientação Educacional e também em Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica pela mesma universidade (2015).
“Sou um ser da floresta. Um ser curioso pela vida e pelos ensinamentos dos anciões do meu povo. Mestre nas linguagens tupi-guarani, membro da comunidade Tabaçu Rekoypy, no município litorâneo de Peruibe (SP). Também sou artista, escritor, ativista, contador de história e dialogo com os espíritos dos sons para transformar a realidade através da arte do bem falar. Sou diretor audiovisual na coletiva SOPRO, mestre nos encontros tupi-guarani (NHE’Ē Porã), membro do Fórum de Articulação dos Professores Indígenas de São Paulo, conselheiro no Cepisp (Conselho dos Povos Indígenas do Estado de São Paulo e da Executiva Nacional da Década Internacional das Línguas Indígenas (UNESCO). Além dessas participações, contribuí na elaboração do título Lições de gramática: nhandewa-guarani, publicado pela Kamuri (2017), e sou autor da publicação Ywyra rogwé ywyrá rapó – Folhas e Raízes, lançado pela Comissão Pró-Índio (2014) e (O conto da Mandi ) trago através dos cânticos tupi Guarani a reconexão com as filosofias e poesias dos territórios, Sou guardião das florestas reflorestador de mentes corpos”
Estamos na organização dos nossos GTs. Em breve mais atualizações. Aguardem!!!
Em abril de 2021, foi criado o Grupo de Trabalho Nacional para a Década Internacional das Línguas Indígenas do Brasil.
Década das Línguas Indígenas do Brasil © Todos os Direitos Reservados
Desenvolvido por Araweté Design